segunda-feira, outubro 09, 2006

Mestre do kung fu


Quando eu tinha aproximadamente 13 anos descobri os quadrinhos de super-heróis. Na época eu não tinha dinheiro para comprar revistas e, como tinha um amigo que era colecionador, eu rodava os sebos da cidade, comprando revistas Heróis da TV e revendendo para ele (ele colecinava essa revista e em sua coleção faltavam vários números). Com o lucro desse negócio, eu comprava minhas próprias revistas. Mas, claro, antes de vender, eu sempre lia os gibis e, entre todos os personagens da revista, o que mais me chamava a atenção era o Mestre do Kung Fu.
O personagem tinha surgido na esteira do sucesso dos filmes de Kung fu e, inicialmente baseado em David Carradine, com o tempo ganhou as feições de Bruce Lee. A fase mais elogiada é a que tinha roteiro de Dough Moench e desenhos de Paul Gullacy, mas minha fase predileta é a desenhada por Mike Zeck.
Moench já se sentia mais seguro no título nesse período e começou a pesquisar sobre filosofia oriental e suas histórias passaram a ter um toque filosófico que podia não agradar a maioria dos fãs, mas foram o meu primeiro contato com o taoísmo e o zen budismo.
Mike Zeck errava muito na anatomia, mas seu traço tinha um movimento, uma leveza que faltava, por exemplo, em Paul Gulacy. Tempos depois encontrei em um sebo em Belém várias revistas norte-americanas com aventuras do personagem inéditas no Brasil. E percebi mais uma razão para gostar da série: Moench nessa fase enveredou pelo surrealismo, fazendo belas histórias experimentais.

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