sábado, janeiro 26, 2013

Analfabetismo funcional aquece mercado de dublados

Eu via filmes legendados na escola, quando estudava no ensino fundamental e no ensino médio.
(Eu ainda não sabia o que só fui descobrir ao me tornar professor: levar um filme para os alunos é um dos recursos que o educador usa quando está de saco cheio e não quer dar aula)
Alguns filmes que nos passavam tinham objetivos elevados, mas outros eram apenas para diversão, mesmo.
Lembro, por exemplo, de quando a professora Cláudia, de matemática, organizou uma”sessão de cinema” para a minha 5ª série, em 1992, e chegou à sala com a fita de VHS (sou do tempo do VHS) de O Exterminador do Futuro 2. Legendado. Toda a turma viu e acompanhou a história sem pestanejar. Aliás, aquele foi, por muitos anos, o meu filme preferido.
Os anos passaram, eu virei professor e chegou a minha vez de ficar de saco cheio e matar três períodos exibindo um filme para os alunos. Ou, de vez em quando, de levar filmes para ilustrar os conteúdos estudados (o que era relativamente fácil, pois eu lecionava História).
Na hora de exibir os filmes, notei que os alunos sempre pediam para ver a versão dublada, o que não acontecia no meu tempo de estudante (o DVD facilitou as coisas, pois é possível selecionar áudio e/ou legendas em português).
No começo, por julgar que se tratasse de simples preguiça de ler os diálogos, eu resistia à vontade deles e os obrigava a ver os filmes legendados. Em pouco tempo, desisti. Percebi que eles não pediam filmes dublados por comodismo, mas por serem incapazes de ler todas as legendas. Leia mais no site Quadro Negro.

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